Desde que me entendo por gente, sempre fui ligada à espiritualidade. Lembro de sentir um grande carinho por Cristo, ainda na infância, e de chorar copiosamente diante das agruras da paixão, que as freiras do colégio descreviam com crescente dramaticidade à medida em que avançávamos na matéria.
Já fui católica, evangélica, budista, agnóstica, espírita, pagã e telepata. Nada deu certo. Atualmente professo a libertação individual e estou bem mais satisfeita. A verdade é que precisamos de sistemas para nos mantermos na linha, e a maioria das pessoas não consegue criar a ordem a partir do caos. Poucos podem se dar ao luxo de desenvolver seus dogmas pessoais, mas aos que podem, devo dizer: façam-no.
Já se passaram anos desde que eu descobri que era incapaz de me conformar a uma doutrina, e comecei a conformar as doutrinas a mim. Desde então, venho me tornando uma sacerdotisa para minha própria congregação de fiéis interiores, e para dizer a verdade, it feels damn good. Better than crack. Ao Deus desconhecido, peço perdão pela ignorância. Aos conhecidos, um beijo, uma prece e um abraço.