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Mais retrô impossível: o bambolê cresceu, reapareceu e ainda ganhou status de saudável
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Rafael Andrade/Folhapress
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Ingrid Medeiros, 65, que gosta de bambolear no Aterro, no Rio
MANUELA MINNS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O bambolê, tão vintage, está de volta, e não está só de brincadeira: ganhou status de atividade física.
“É um exercício muito fácil de fazer. Em dez minutos você aquece, sente que o corpo está reagindo, que as articulações estão lubrificadas”, diz Vera Carvalho, 35, bailarina e atriz, parceira de Mariana Bandarra, 29, no blog Bam!bam!bam! (http://bambambam.wordpress.com/).
O blog estreou em 2006. Nos posts, há dicas de como construir o próprio bambolê, vídeos, textos com os benefícios da prática e até um manifesto que promove o bambolê como forma de ocupar os espaços públicos e interagir com a comunidade.
“Não tem como olhar para uma pessoa fazendo bambolê e não sorrir”, diz Mariana.
Sorrindo, ela diz que chegou a perder três centímetros de cintura, ao fazer meia hora de bambolê por dia. “O exercício faz uma massagem nos órgãos internos e ativa uma musculatura mais profunda, fortalecendo o centro do corpo”, afirma.
Os benefícios ocorrem porque os movimentos trabalham a musculatura interna do abdômen, da coluna e do quadril”, segundo Fernanda Lima, reumatologista especializada em medicina esportiva no Hospital das Clínicas.
A médica diz que o bambolê também promove melhoria da postura, do equilíbrio e da flexibilidade. É preciso ativar os músculos posturais para que o bambolê fique em equilíbrio dinâmico paralelo ao solo -ou seja, não deixar o aro colorido cair.
A alegria dos praticantes também tem explicação científica. “A prática contínua de pelo menos 20 minutos seguidos de bambolê pode ativar o metabolismo aeróbio e a liberação da endorfina”, diz Fernanda Lima.
PARA COMEÇAR A REBOLAR
O bambolê deve ser compatível com o tamanho do praticante. A médica Fernanda Lima explica como: “Na vertical, ele deve ficar entre a cintura e o peito”.
Antes de começar, a pessoa deve checar se não tem problemas na coluna, no quadril ou joelho que contra-indiquem a prática.
Há bambolês com água dentro, ou feitos de materiais mais pesados, que exigem força maior para fazer os giros, aumentando o trabalho muscular e aeróbio.
Às vezes, é preciso ir para um parque ou praça para poder bambolear com liberdade -o que faz o praticante se apropriar melhor do lugar onde vive, na visão de Mariana Bandarra. “Fico fascinada de ver as pessoas fazendo bambolê mudarem a paisagem da cidade.”
“Para quem começa, é mais fácil colocar um pé na frente e ir oscilando o corpo para os lados. Não é preciso rebolar, o importante é sentir que quando o bambolê vai para um lado, você deve fazer um movimento sutil para o oposto”, ensina. |